Exposição sobre os sete salmos da penitência, PL 79, 581
Ó Senhor Jesus, que tu tenhas a bondade de te aproximar de mim, movido pela piedade. Descendo de Jerusalém para Jericó, cais das alturas no nosso fosso, de um lugar onde os seres estão cheios de vida, para uma terra de doentes. Vê: eu caí nas mãos dos anjos das trevas que, não só me despiram as vestes da Graça, mas depois de me terem posto às cambalhotas, deixaram-me semi-morto. Que Tu cures as chagas dos meus pecados depois de me teres dado a esperança de encontrar a saúde, não vão piorar se eu vier a perder a esperança na cura. Que queiras ungir-me com o óleo do teu perdão e verter sobre mim o vinho da compunção. Se me levasses na tua montada, então é que «erguerias o fraco da poeira» e «retirarias o pobre do lixo» (Sl 112,7).
É que Tu és Aquele que transportou os nossos pecados, Aquele que pagou por nós uma dívida que não contraíra. Se Tu me conduzisses ao abrigo da tua Igreja, dar-me-ias de alimento a refeição do teu corpo e do teu sangue. Se tomasses conta de mim, eu não voltaria a desobedecer às tuas ordens, não atrairia mais sobre mim a raiva das feras furiosas. É que preciso muito dos teus cuidados, porquanto envergo esta carne sujeita ao pecado. Escuta-me pois, a mim, o samaritano despojado e ferido, chorando e gemendo, chamando por Ti e gritando com David: «Piedade para mim, ó Deus, segundo a tua grande ternura».
FONTE:
Evangelho Cotidiano
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